Governo reconhece problema na carne exportada aos EUA

sábado, 24 de junho de 2017 às 09:26
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Preocupação agora é com o efeito cascata que a decisão americana pode criar; no Tocantins dois frigoríficos são habilitados a exportar para esse mercado. – Foto: Divulgação

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou ontem que o governo reconhece o problema de qualidade na carne brasileira exportada aos EUA. Segundo ele, o aparecimento de abscessos na carne bovina in natura, que levou os americanos a anunciarem na quinta-feira o embargo ao produto brasileiro, é proveniente da vacinação contra febre aftosa.

“O Brasil tem o status de livre de febre aftosa com vacinação”, disse Maggi. De acordo com o ministro, o Brasil talvez seja o único País nesta situação, de ser livre da aftosa e ainda vacinar o gado. “O mercado é novo para nós e também para eles. Acabamos tendo este problema”, disse.

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Maggi afirmou que a questão será resolvida dentro dos frigoríficos brasileiros, por meio de uma nova forma de fazer os cortes da carne a ser enviada. “O embarque foi suspenso temporariamente”,disse. “Já vínhamos conversando com os EUA há mais ou menos um mês. Quero crer que a gente consiga resolver isso com rapidez.” Maggi pretende antecipar para a próxima semana ida aos EUA para uma reunião com o Departamento de Agricultura americano.

Os prejuízos para o setor podem ser mais amplos, reconheceu o ministro, já que muitos países acompanham os EUA em sua decisões sanitárias. “Os EUA são guia para muitos países, principalmente para pequenos países da América Central. Eles seguem modelo americano. Se houve autorização para entrar nos EUA, automaticamente você entra neste país também. Se houver proibição, você está proibido também”, acrescentou. 
Em nota, a CNA disse que “os elementos utilizados (…) para justificar o fechamento do mercado não apresentam risco para a saúde”, e que espera que os EUA divulguem as justificativas técnicas que fundamentaram a decisão.

Tocantins 
No Tocantins, dois frigoríficos estavam habilitados à exportação para os EUA: Minerva (Araguaína) e Cooperfrigo (Gurupi), mas os impactos não são grandes nesse momento. “Eles ainda não tinham começado as exportações, embora um dos frigoríficos (Cooperfrigo) tivesse um pedido de carne in natura já realizado”, relatou o superintendente federal da Agricultura no Tocantins, Rodrigo Guerra.

O presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Tocantins (Adapec), Humberto Camelo, lembrou que o Mapa já está implementando a retirada gradual da vacinação, mas que não vê o problema relatado pelos EUA como uma questão sanitária. “Não vemos como um problema sanitário. O abscesso é uma reação até comum. Por isso orientamos os produtores a vacinarem os animais na tábua do pescoço, pois não é um local de carne considerada nobre que geralmente são as exportadas”, ressalta.

(JORNAL DO TOCANTINS)

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