Um inquérito civil foi aberto pelo Ministério Público Estadual (MPE) para investigar a suposta invasão de policiais militares na 2ª delegacia da Polícia Civil, em Paraíso do Tocantins. O objetivo é verificar se houve desvio de conduta ou falta funcional grave dos PMs.
Um grupo de policiais militares entrou na 2ª Delegacia de Polícia de Paraíso do Tocantins, na tarde de quinta-feira (20), para supostamente intimidar o delegado responsável pela investigação de dois militares presos por possível envolvimento com tráfico de drogas.
A portaria que autorizou a investigação foi publicada pelo Grupo Especial de Controle Externo da Atividade Policial (Gecep), nesta segunda-feira (24). O estado trata o caso como um caso isolado e diz que as polícias estão unidas.
Conforme o MPE, 20 policiais adentraram na delegacia “a pretexto de apenas entregar um ofício ao delegado responsável por àquela unidade policial […] O ofício informava que os militares que foram intimados para depor não seriam apresentados, em razão de ausência de tempo hábil para composição de escala”, disse o MPE.
O episódio aconteceu um dia depois de uma operação da Polícia Civil que prendeu dois militares dentro do batalhão da PM de Paraíso do Tocantins. As prisões temporárias foram feitas em cumprimento a mandado judicial. Na ocasião também foram apreendidas drogas e dinheiro falsificado.
Para os promotores, o caso deve ser investigado porque aparenta ter sido uma ação desproporcional e injustificável. “O 8º BPM da cidade mobilizou praticamente todo o seu efetivo do dia, cerca de vinte homens fortemente armados, a bordo de quatro viaturas, com o propósito de protocolizar um simples ofício.”
O Gecep solicitou ao comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar que encaminhe, em 15 dias, a relação dos militares escalados para o serviço de patrulhamento no dia 20 e a identificação das viaturas. Além disso, o delegado Cassiano Ribeiro Oyama e os funcionários presentes também devem ser ouvidos.