Autoridades policiais das Filipinas informaram que 36 corpos foram encontrados pelos bombeiros no hotel-cassino atacado por um atirador no início da madrugada desta sexta-feira (2).
A polícia havia informado logo depois do ocorrido que não havia vítimas fatais, mas corpos começaram a ser encontrados quando do trabalho de rescaldo e limpeza do local, no complexo Resorts World Manila.
A maioria das vítimas teria morrido sufocada por fumaça. O autor da ação entrou no local atirando com um rifle M4 em aparelhos de TV e, em seguida, espalhou gasolina pelas mesas de jogos do cassino e ateou fogo. Ao final, ele teria se matado.
“Se encostou na cama, se cobriu com uma manta muito grossa, aparentemente molhada com gasolina, e ateou fogo a si mesmo”, disse o comandante nacional da polícia, Ronald dela Rosa.
Ainda segundo Dela Rosa, aparentemente, o homem agiu sozinho e tinha como objetivo assaltar o estabelecimento. Ele descarta que tenha sido um ato de terrorismo, embora o Estado Islâmico tenha reivindicado autoria.
O chefe de polícia da capital, Oscar Albayalde, disse que o atirador aparentava ser estrangeiro. “Parecia caucasiano, falava inglês, era alto e branco, provavelmente um estrangeiro”, afirmou. Imagens do circuito de segurança em que ele aparece armado foram divulgadas.
Pânico entre turistas
Imagens exibidas por emissoras locais mostraram pessoas correndo pelo Resorts World Manila. O complexo foi cercado pela polícia depois das informações sobre os tiros, ocorridos pouco após a meia-noite.
“Ia voltar para o segundo andar, quando vi gente correndo. Alguns hóspedes do hotel disseram que alguém havia gritado ‘Isis’ (Estado Islâmico)”, contou à rádio DZMM Maricel Navarro, que trabalha no complexo.
“Os hóspedes gritavam. Fomos para o porão e nos escondemos. As pessoas gritavam, os clientes e os funcionários estavam aterrorizados”, acrescentou Navarro.
“Quando sentimos cheiro de fumaça, decidimos ir para a saída, no estacionamento. De lá conseguimos sair, mas, antes de sair, ouvimos dois disparos, e tinha muita fumaça no térreo”, completou.
O presidente americano, Donald Trump, manifestou sua “tristeza” e suas condolências pelas vítimas do que classificou como ataque “terrorista”.
“É realmente muito triste o que está acontecendo em todo o mundo com o terrorismo. Nossos pensamentos e orações estão com os afetados”, lamentou Trump, na Casa Branca, antes de anunciar a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris sobre o clima.
Na semana passada, o presidente filipino, Rodrigo Duterte, impôs lei marcial em toda Mindanao (sul) para acabar com o que ele chamou de ameaça crescente do Estado Islâmico na região.
A declaração da lei marcial ocorreu logo após militantes realizarem atos de violência na cidade de Marawi (sul), que fica a 800 km de Manila. Forças de segurança ainda estão combatendo os militantes em Marawi. Esses confrontos já deixaram pelo menos 171 mortos.
Vivem nessa região cerca de 20% dos mais de 100 milhões de habitantes do arquipélago.
Por ocasião desse anúncio, Duterte alertou que pode vir a estender a lei marcial para o restante do país, se a ameaça terrorista se espalhar.
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(UOL NOTÍCIAS)