Descoberta de navio afundado com US$ 133 bilhões seria uma fraude

terça-feira, 14 de agosto de 2018 às 14:28
93 Visualizações
Imagem do navio que estaria repleto de ouro (Foto: Shinil Group)

Sabe aquela história de que nem tudo o que reluz é ouro? Reportagem do site sul-coreano Yonhap News Agency revela a possível fraude da descoberta de um navio russo que estaria carregado de 200 toneladas de ouro — os valores chegariam a R$ 516 bilhões na cotação atual. A empresa que teria feito a “descoberta” estava vendendo criptomoedas que, em tese, seriam valorizadas a partir de todo aquele ouro. De acordo com uma investigação em andamento, milhares de compradores da moeda virtual foram enganados com a promessa de receber um vultuoso retorno pelo investimento.

A reportagem afirma que o “conto do vigário” do século 21 foi arquitetado em detalhes. No final de julho, a companhia sul-coreana Shinil Group anunciou que uma equipe de mergulhadores e especialistas em naufrágios teria encontrado o navio Dmitri Donskoi, que afundou na costa de uma pequena ilha no leste da península coreana em 1905, durante a Guerra Russo-Japonesa.  De acordo com alguns documentos, o Donskoi carregava 5,5 mil caixas de barras de ouro e moedas destinadas a pagar despesas da frota russa.

Publicidade

Após o anúncio da descoberta, surgiram as primeiras controvérsias. Pesquisadores russos afirmavam que as alegadas 220 toneladas de ouro não seriam encontradas no navio: a maior parte dos pagamentos era realizada por trens e não pela via marítima. Além disso, o Instituto de Ciência e Tecnologia Oceânica da Coreia veio a público afirmar que o Dmitri Donskoi já havia sido descoberto em 2003 e o anúncio da existência do tesouro não passava de uma fraude.

O mais bizaro, no entanto, estaria por vir: o Shinil Group teria aberto uma operação em Cingapura para atrair investidores a comprar uma nova criptmoeda baseada no valor potencial do dinheiro encontrado no navio. As promessas de ganhos eram incríveis: a valorização da moeda virtual seria multiplicada em 50 vezes após a retirada das primeiras caixas de ouro, de acordo com a companhia.

Rhu Seung-jin, responsável pela empresa em Cingapura, teria deixado a Coreia do Sul em 2014 após denúncias de fraude. A Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) já colocou seu nome na listra de procurados. Após a denúncia, o site do Shinil Group foi retirado do ar e o vídeo que exibia os destroços do navio também foi excluído do YouTube. As autoridades sul-coreanas continuarão a investigar a possível fraude.

Navio cruzador Dmitri Donskoi (Foto: Wikipedia / Creative Commons )

(REVISTA GALILEU)

-- Publicidade --

Comentários no Facebook