Na ilha Henderson, no Pacífico Sul, foram encontradas centenas de plásticos na praia. O lugar considerado um patrimônio mundial está desabitado há cerca de 600 anos.
Dr.ª Jennifer Lavers, da Universidade da Tasmânia, escolheu estudar os detritos humanos em Henderson para analisar o modo como estamos afetando até mesmo os lugares mais remotos da Terra. No local, foi encontrada uma média de 239 itens de origem humana por metro quadrado apenas na superfície da praia. Quase todos (99,8%) eram de plástico. Além disso, havia resíduos enterrados nos primeiros 10 centímetros da areia.
Na Proceedings da Academia Nacional de Ciências, Lavers relata que há 672 itens por metro quadrado – o mais alto registrado em qualquer lugar do mundo. Ela estima que a ilha possua 38 milhões de peças de plástico, pesando 18 toneladas. Lavers disse em entrevista à IFLScience que a maior parte do plástico estava em fragmentos cuja fonte não poderia ser determinada. As porções que foram identificadas possuem talheres de plástico,frascos de xampu, entre outros.
Sem surpresa, o plástico está afetando a vida selvagem local, como por exemplo, as tentativas de assentamento de tartarugas-marinhas. A situação é ruim em Henderson porque o sul do Pacífico flui em torno dela, despejando os artigos do oeste da América do Sul. Mesmo assim, a quantidade de plástico utilizada pela população do Chile e do Peru é menor em comparação com os países mais populosos do Hemisfério Norte.
(JORNAL CIÊNCIA)