Israel iniciou nesta terça-feira (20) a construção de uma nova colônia na Cisjordânia, fato inédito em 25 anos neste território palestino ocupado, no momento em que representantes dos Estados Unidos tentam reativar o processo de paz, estagnado justamente pelas colonizações.
O porta-voz da presidência palestina Nabil Abu Rudeina denunciou uma “tentativa de provocar o fracasso dos esforços americanos” e considerou que isto demonstra que “Israel não acredita nos esforços” para reativar o processo.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, escreveu no Twitter: “Depois de décadas, tenho o privilégio de ser o primeiro-ministro que constrói uma nova colônia em Judeia-Samaria”.
Judeia-Samaria é o nome bíblico utilizado pelas autoridades israelenses para designar a Cisjordânia, território palestino ocupado há 50 anos pelo Exército do Estado hebreu e onde vivem mais de 400.000 colonos, de forma ilegal segundo a comunidade internacional.
A colônia de Amichai, a primeira a ser construída em 25 anos, deve receber 40 famílias retiradas em fevereiro de Amona, uma colônia classificada de “selvagem”, ou seja, ilegal inclusive ante a lei israelense.
O anúncio aconteceu um dia depois da chegada de Jason Greenblatt, representante do presidente americano Donald Trump, que se reunirá com autoridades israelenses e palestinas para tentar reativar as negociações interrompidas pela última vez em 2014.
Ele receberá a companhia na quarta-feira do genro e conselheiro de Trump, Jared Kushner.
A construção de colônias, que prosseguiu durante todos os governos israelenses desde 1967, corta os territórios sobre os quais seria criado um Estado palestino ou compromete sua continuidade territorial e, portanto, a viabilidade de tal Estado.
(UOL)