Na Itália, um homem recebeu pagamentos mensais de segurança social depois que um tribunal descobriu que seu tumor cerebral foi causado por um celular da empresa. Roberto Romeo usou o telefone cerca de três horas por dia durante 15 anos, na Telecom. Ao longo do tempo, Romeo desenvolveu um tumor não cancerígeno, o que resultou na perda de audição em uma orelha. “As normas dizem que o uso intenso é de uma hora por dia”, disse Romeo ao Sky TG24.
“Eu fui muito além dos limites”. Um tribunal da cidade de Ivrea, no norte do país, pediu que a empresa pagasse 7.000 euros por ano (cerca de R$ 24 mil). Foi a primeira vez que um tribunal de primeira instância reconheceu uma ligação entre o uso de celulares e o desenvolvimento de tumor cerebral. Advogados afirmam que um dos fatores de condução foi a recusa do tribunal em aceitar estudos que foram financiados pela indústria de telecomunicações como evidência.
O raciocínio legal por trás da decisão, que foi emitida por um tribunal na cidade de Ivrea, no norte do país, no mês passado, mas apenas divulgado na quinta-feira, deverá vir a público nas próximas semanas. Romeo processou a agência estatal de segurança social, não a Telecom Italia, onde ainda trabalha. Ele disse que não é contra o uso de celulares, mas que os consumidores devem adotar medidas de segurança. A agência de proteção ao consumidor Codacons diz que está considerando uma ação de classe com os celulares baseada no caso de Romeo.
No caso, os celulares deverão apresentar avisos de segurança e os riscos à saúde associados ao seu uso reconhecidos pela agência de segurança social italiana. Segundo o advogado, uma decisão do tribunal superior da Itália em 2012 atribuindo os pagamentos de segurança social a um gerente de vendas que estava em um telefone celular cinco ou seis horas por dia ajudou a pavimentar o caminho para a decisão no caso do seu cliente. No caso anterior, o tribunal negou o pedido, mas o tribunal aceitou uma ligação entre o uso excessivo de celulares e o tumor do gerente.
(JORNAL CIÊNCIA)