NASA toca músicas todas as manhãs para “acordar” sonda em Marte

quarta-feira, 15 de agosto de 2018 às 11:58
133 Visualizações
Opportunity está sem responder há semanas devido à forte tempestade de areia em marte. Engenheiros da NASA acreditam que uma playlist poderá acordá-la de seu sono profundo (Foto: Nasa/Jpl-Caltech)

Qual é a música ou alarme que você utiliza para acordar todos os dias pela manhã? Para a sonda da NASA em Marte, a Opportunity, o despertar pode ser composto por um hit clássico das bandas Wham!, Kansas, Iron Maiden e The Beatles ou de sucessos dos cantores Gloria Gaynor e David Bowie.

Ao menos era assim que o veículo explorador da agência espacial norte-americana era encorajado a se levantar todas as manhãs no planeta vermelho logo nos primórdios da missão, em 2004. Além de servir para dar um “up” na Opportunity, as músicas também energizavam os cientistas humanos da NASA a começar mais um dia de trabalho do Programa de Exploração de Marte.

Publicidade

Porém, desde 10 de junho de 2018, Opportunity se encontra em um estado de sono profundo. É que a sonda teve que enfrentar uma daquelas poderosas tempestades de poeira de Marte, o que “sujou” toda a atmosfera do planeta. Uma vez que o veículo é movido à energia solar, o acúmulo de poeira marciana impede que a sonda possa se levantar e continuar sua missão.

Enquanto isso, há pouco que os cientistas da agência espacial possam fazer aqui da Terra. Segundo o Jet Propulsion Laboratory (JPL), da NASA, a equipe tem escutado as transmissões do rover Opportunity todos os dias durante as janelas de comunicação pré-programadas e durante outros momentos do dia utilizando rádios receptores de espaço profundo.

Para saber o que está havendo, três vezes por semana, os cientistas enviam um comando que provocaria um sinal em Opportunity caso ela estivesse ativa no momento.

“Essa é a primeira vez que ela [Opportunity] parou de falar conosco e não retomou a comunicação quando esperávamos”, afirmou Michael Staab, engenheiro da JPL, ao Space.com. “Isso é muito tempo para não se ouvir nada do seu rover. Não sabemos o que está fazendo. Ainda temos coisas para fazer; temos trabalho a ser feito. Mas, definitivamente, as coisas estão um pouco desaceleradas.”

Um auto-retrato feito pelo Curiosity, da NASA, em 15 de junho de 2018, em Marte. Na foto, é possível ver como o planeta ficou após a tempestade de areia. (Foto: NASA/JPL-Caltech/MSSS)

A situação de impotência consumiu os pesquisadores da NASA ao ponto de eles pensarem em trazer de volta o ritual antigo da trilha sonora para tentar acordar o rover.

Desde 4 de agosto, o time toca, todas as manhãs, uma música de uma playlist que contém “Wake Me Up Before You Go-Go”, do Wham!; “Dust in the Wind”, do Kansas; “I Will Survive”, de Gloria Gaynor; “Here Comes The Sun”, dos Beatles; “Life on Mars”, de David Bowie; entre outros clássicos.

Infelizmente, enquanto Opportunity não parece responder, talvez seja necessário expandir a lista de reprodução.

Embora a tempestade de Marte tenha sido interrompida em 27 de julho, os cientistas acreditam que pode levar semanas – ou mesmo meses – até que a poeira na atmosfera do planeta se estabilize.

De acordo com a NASA, a sonda espacial está ajustada para desativar todas suas funções caso esteja com pouca bateria. Isso quer dizer que ela volta a se ligar de tempos em tempos para checar se consegue captar energia solar e recarregar suas baterias. Caso falte luz, ela volta a hibernar novamente.

Os mais otimistas acreditam que Opportunity está recarregando suas baterias e deverá fazer contato em breve, até porque o veículo é conhecido por desafiar expectativas: veja bem, a sonda pousou em Marte em 2004 e estava programada para durar apenas 90 dias, mas está há 15 anos explorando o planeta vermelho.

Por outro lado, há a possibilidade de a sonda ter sido severamente danificada pelos fortes ventos marcianos e nunca mais ser ouvida.

Seguimos com os dedos cruzados e torcendo para que Opportunity acorde com as músicas – que você pode ouvir nesta playlist do Spotify.

(REVISTA GALILEU – Com informações de IFLScience.)

-- Publicidade --

Comentários no Facebook