Pesquisadores criam ‘mosca’ robótica que voa sem precisar de fios

sábado, 19 de maio de 2018 às 11:26
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Robofly é levemente mais pesado que um palito de dente (Foto: Mark Stone/University Of Washington)

Se você já achava que a vida real era muito Black Mirror, agora verá mais um motivo para ter certeza. No dia 23 de maio, engenheiros da Universidade de Washington apresentarão os primeiros insetos robóticos voadores, com conexão wireless (sem fio), em ação durante uma conferência internacional de robótica e automação na Austrália.

Antes deste projeto, o RoboFly, outros robôs semelhantes a insetos já haviam sido desenvolvidos. Mas colocá-los para voar é um desafio. Por serem menores do que a ponta de um lápis e pesarem só um pouco mais do que um palito de dente, os minúsculos robôs não poderiam usar hélices como seus primos, os drones. Por isso, os engenheiros construíram um circuito leve que consegue mover os robôs a partir da conversão de raios laser em eletricidade.

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Além disso, o robô da Universidade de Washington também conta com a novidade de que ele pode ser controlado pela conexão wireless, ou seja, sem fio. Anteriormente, a Universidade de Harvard já havia desenvolvido os RoboBees, que são robôs assim como o RoboFly, mas eram controlados através de um fio.

“Esta pode ser uma pequena batida de asas para um robô, mas um grande salto para todos os outros”, graceja a Universidade no anúncio do projeto, fazendo referência à famosa frase de Neil Armstrong, após se tornar o primeiro homem a pisar na Lua.

“Antes [desse projeto], o conceito de robô voadores, do tamanho de insetos e wireless era ficção científica. Será que seríamos capazes de fazê-los funcionar sem necessitarem de um fio?”, instigou o professor Sawyer Fuller, co-autor do projeto. “Nossos novos RoboFlies sem fio mostram que eles estão muito mais perto da realidade.”

Apesar da dificuldade inicial em fazê-los voar, o porte pequeno dos robôs traz vantagens como o baixo custo de produção e a possibilidade deles conseguirem penetrar em lugares menores, que seriam inacessíveis aos drones, por exemplo. Assim, eles poderão ser úteis no mapeamento de colheitas em grandes propriedades e na identificação de vazamentos de gases, prevêem os pesquisadores.

A mecânica do voo

O maior desafio dos engenheiros foi o voo, uma atividade que consome muita energia e requer uma estrutura muito pesada para o tipo de robô que os cientistas se propuseram a construir.

Por isso, os engenheiros montaram um dispositivo que é ativado quando um raio laser invisível é refletido em uma célula voltaica, que o transforma em eletricidade.

Além disso, o robô também conta com um circuito que amplia os 7 volts produzidos por este processo em 240 volts. O sistema também equivale ao “cérebro” do robô, sendo o responsável por enviar os pulsos que fazem as asas baterem.

Os engenheiros acreditam que próximas versões do robô poderão ter o mecanismo à laser substituído por pequenas baterias ou sistemas de sinais de radiofrequência.

(REVISTA GALILEU – Com informações da Universidade de Washington)

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