O ex-executivo da Odebrecht José de Carvalho Filho, que delatou o pagamento da empresa à candidatura do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), em 2010, garantiu em depoimento à força-tarefa da Lava Jato que o dinheiro não foi contabilizado oficialmente.
“Foi caixa 2”, disse, ao ser questionado pelos investigadores.
Segundo o delator, o pagamento foi feito em troca do apoio do então deputado federal a um projeto de lei que garantiria investimentos da empresa em Cuba.
“A solicitação era que o projeto andasse, não parasse, porque corria risco de você perder essa [inaudível] com segurança jurídica”, disse.
Ainda de acordo com delator, Dino “acatou isso [o pedido de apoio ao projeto] de forma muito tranquila e deu continuidade ao processo”, tendo partido do próprio governador o pedido de ajuda financeira.
“Ele demonstrou a intenção de ser candidato ao Governo do Maranhão e fez a seguinte pergunta: ‘a empresa pode me ajudar na campanha eleitoral?’”, completou.
José Filho também citou grande proximidade com Flávio Dino após as eleições de 2010, quando o comunista tornou-se presidente da Embratur.
“Eu tinha uma relação muito forte com ele”, disse. Sustentando que a proximidade deu-se após a morte de um filho do comunista. “Me aproximei dele”, comentou.