Fila da homodiálise no Pará tem 225 pacientes

sábado, 30 de setembro de 2017 às 10:59
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De 2000 a 2017, o Pará já realizou 673 transplantes do órgão. – Foto: Divulgação

Dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia revelam que há, no Brasil, cerca de 120 mil pacientes que fazem hemodiálise. No Pará, existem hoje 225 pessoas com problema renal na fila de espera para a hemodiálise. Há 3.031 pacientes que já se submetem à hemodiálise, nas 522 máquinas existentes em clínicas e hospitais, e 54 fazem diálise peritoneal, em domicílio. Além disso, há 521 pacientes na fila de espera para transplante de rins no Estado. De 2000 a 2017, o Pará já realizou 673 transplantes do órgão. Os dados são da Associação dos Renais Crônicos e Transplantados do Estado do Pará (ARCT-PA).

A situação dos pacientes renais foi discutida ontem durante o 3º Seminário de Enfermagem em Nefrologia. O evento é realizado pelo Conselho Regioinal de Enfermagem no Pará (Coren) com apoio do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e acontece no Hotel Sagres, em São Brás.

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A idealizadora do evento, Andréia Pessoa da Cruz, enfermeira nefrologista e professora da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal do Pará, disse que a doença é um problema de saúde mundial e que o número de doentes cresce cada vez mais. “A estimativa em 10 anos é que o número (de donetes) dobraria e isso aconteceu e os pacientes são dependentes do tratamento dialítico para sobreviver. Precisamos de investimentos na atenção primária de saúde, para evitar que o paciente evolua com a falência da função renal e, posteriormente, precise de tratamento de alta complexidade, que é a hemodiálise ou a diálise peritoneal, e o transplante renal. São necessárias campanhas de sensibilização da população para doação de órgãos, porque ainda há negativa da família por falta de esclarecimento sobre o assunto à sociedade”, disse a enfermeira.

Segundo a presidente da ARCT-PA, Josiane Muniz, a  principal dificuldade que os pacientes renais enfrentam hoje no Pará envolve a oferta de exames na rede pública de saúde. “A dificuldade maior é a questão do acesso aos exames para poder ser ativo na lista de espera de transplante e mais máquinas para a realização de hemodiálise, porque há centenas de pessoas à espera para o tratamento e quando conseguem é depois de cerca de três meses que recebeu o atendimento de urgência e emergência no Pronto-Socorro”, disse a dirigente. Ainda segundo ela, a associação tem feito diversas denúncias na Defensoria Pública do Estado e no Ministério Público do Estado, para que os serviços melhorem aos pacientes.

A enfermeira esclareceu que quando há falência dos rins o paciente precisa de tratamemento de terapia renal substitutiva, que substitui de forma parcial as funções dos rins: a hemodiálise ou a diálise peritoneal. Outra possibilidade é o transplante renal, que vai dar qualidade de vida ao paciente e ele não tem o compromisso diário do tratamento. “A hemodiálise a pessoa faz três vezes por semana e a diálise peritoneal, todos os dias. Tudo isso gera um desgaste social e psicológico para o paciente. Precisamos do diagnóstico precoce, melhorias e investimentos nos serviços aos pacientes”, diz Andréia, que é mestra em Saúde, Sociedade e Endemias da Amazônia.

(FM NATIVA)

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