O deputado federal Irajá Abreu (PSD) é citado de uma das delações de ex-executivos da Odebrecht. O delator José de Carvalho Filho informou que o político recebeu R$ 100 mil da empresa para a campanha de 2014. No depoimento, o delator disse que a doação foi oficial e que não previa contrapartidas.
Apesar da declaração de Carvalho Filho dizendo que a doação foi feita de forma legal, o Ministério Público Federal (MPF) apontou que não é possível identificar o pagamento em questão nas contas eleitorais do deputado. Todas as doações de campanha ficam disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para consulta. Há doações de algumas empresas no valor citado pelo delator na delcaração de contas do deputado, mas nenhuma está identificada como sendo da Odebrecht.
Mesmo que a doação tenha sido declarada à Justiça Eleitoral, o MPF afirma isto não eliminaria a possibilidade da negociação ter sido ilícita, já que o dinehiro em si poderia ter origem espúria. A procuradoria pediu que o caso seja analisado mais profundamente para eliminar qualquer suspeita de lavagem de dinheiro.
O G1 procurou a assessoria do deputado, mas as ligações não foram atendidas. Nas redes sociais, Irajá Abreu se defendeu, dizendo que todas as doações que recebeu foram legais, que não teme qualquer investigação e que está à disposição da Justiça. O deputado lembrou ainda que o ministro relator Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), devolveu o processo dele à Procuradoria Geral da República. Leia abaixo a nota em sua íntegra.
Na nota, o deputado não esclarece se recebeu ou não a doação em questão. Ainda de acordo com a delação de José de Carvalho Filho, a senadora Kátia Abreu (PMDB), mãe de Irajá Abreu, iria receber a mesma quantia para a campanha dela ao Senado. A parlamentar já é alvo de um inquérito pelo suposto recebimento de R$ 500 mil em caixa dois para a campanha ao senado no mesmo ano. Ela nega qualquer irregularidade.
(G1 Tocantins)