A ex-superintendente do Ministério da Agricultura no Tocantins, Adriana Carla Floresta Feitosa, deve ficar presa por tempo indeterminado. A decisão foi tomada pela Justiça Federal do Tocantins, que converteu a prisão temporária da servidora em prisão preventiva. Ela é investigada pela Polícia Federal por supostamente favorecer frigoríficos e laticínios em fiscalizações no Tocantins.
A operação Lucas, que revelou o esquema, foi deflagrada no dia 16 de maio. Cerca de 120 policiais federais cumpriram 62 mandados judiciais no total, sendo 10 prisões temporárias, 16 mandados de condução coercitiva e 36 mandados de busca e apreensão, nos estados de Tocantins, Pará, São Paulo, Pernambuco e Distrito Federal.
A PF disse que a investigação começou após denúncias de que frigoríficos e empresas de laticínios teriam sido favorecidas em processos administrativos. No Tocantins, a PF faz busca e apreensão em frigoríficos nas cidades de Araguaína, Gurupi, Palmas, Augustinópolis e Paraíso do Tocantins.
As investigações apontam que Adriana era chefe de fiscalização e assumiu a superintendência como substituta por um período. Ela recebia uma espécie de mesada de empresas fiscalizadas para bancar “despesas familiares” dela, do marido e de dois filhos.
Na conta pessoal dela, a investigação identificou a diferença de mais de 200% do declarado no imposto de renda. Também foi detectado que o esquema criminoso movimentou cerca de R$ 3 milhões, entre os anos de 2010 a 2016.
As propinas que teriam sido pagas a servidora podem ter servido até para pagar os custos do velório e do enterro da mãe dela, além das faculdades de medicina dos dois filhos. Adriana é a única entre todas as pessoas investigadas na operação que continua presa. O entendimento da justiça foi de que ela poderia coagir testemunhas e destruir provas caso fosse colocada em liberdade.
(G1/TOCANTINS)