AUGUSTINÓPOLIS – Há pouco mais de um mês, um grupo de agricultores do acampamento Marielle criou a ASPATRE – Associação dos Pequenos Agricultores e Trabalhadores Rurais Renascer. O objetivo, como disseram membros da associação ao portal Voz do Bico, é representar aproximadamente 150 famílias que ocupam uma área de 52 alqueires que pertenciam à fazenda Santa Rosa e hoje fazem parte de uma reserva do Projeto Sampaio.
“Criamos a associação para defender o interesse dos acampados e estamos preparados para ajudar e orientar todos, inclusive buscando a legalização do acampamento junto aos órgãos competentes”, falou Daniela Dark, secretária da entidade recém-criada. Veja aqui a ata de fundação da associação.
EXTORSÕES E AMEAÇAS
O vice-presidente da ASPATRE, Antônio Carlos, o Carlinhos, diz que a associação busca criar soluções para os pequenos agricultores de maneira legal, no entanto, há algum tempo os acampados vêm sofrendo ameaças e extorsões por parte de outras pessoas que também estão acampadas.
O presidente da associação, Cleiton Costa de Santana, sem citar nomes, diz que já foram feitos vários Boletins de Ocorrência e que o grupo já procurou o Ministério Público Estadual (MP/TO) para denunciar os ocorridos, como vendas ilegais de lotes e cobrança indevida de taxas e comissões. Segundo os associados, quando o acampado não tem dinheiro para pagar, acontecem expulsões e danos a lavouras, enquanto produções como carvão, cultivos agrícolas e animais são tomados sob ameaças e humilhações.
“Estamos pedindo socorro, implorando aos órgãos competentes que tomem uma providência antes que ocorram coisas piores”, disse um dos acampados, lembrando o caso que ocorreu há pouco tempo em um acampamento próximo, onde um homem conhecido como Jumentão foi assassinado.
Dark ressalta que a organização social tem como meta acolher todos e jamais tirar de quem quer que seja o pequeno pedaço de chão que proporciona comida para muitos pais de família: “Queremos acolher a comunidade e impedir pelos caminhos da legalidade que terceiros usem os acampados e terras do estado para benefício próprio, como tem acontecido, e eu sou testemunha de muitas apropriações indevidas e extorsões”.
BENEFÍCIOS
O presidente disse que neste curto espaço de tempo a associação já conseguiu junto a órgãos públicos sementes de milho, arroz, feijão e mudas de plantas frutíferas e arrecadou um pequeno valor em espécie para arrumar estradas. “Estamos juntos para receber todos os que queiram melhorias e benfeitorias no acampamento”, finalizou.
O ACAMPAMENTO
A área que legalmente pertence ao estado foi ocupada em abril de 2019 e está localizada às margens da TO-201, próxima de uma localidade conhecida como Km 10, município de Augustinópolis.
(Redação Voz do Bico)