AUGUSTINÓPOLIS – O projeto “Escravo, nem pensar! ”, primeiro programa nacional de prevenção ao trabalho escravo desenvolvido pela Organização Não Governamental (ONG) Repórter Brasil, começou a ser trabalhado em maio na Escola Estadual Augustinópolis, Centro Estadual de Educação La Salle e Escola Estadual Santa Genoveva, sob a coordenação das professoras Natânia Sousa, Edna Alves e Luciana Nascimento, culminando palestras, apresentações e caminhada dos alunos e professores na tarde desta terça-feira (6).
Neste período, conforme as coordenadoras, foram realizados estudos teóricos abordando temas como “Trabalho escravo contemporâneo”, “Trabalho Forçado”, “Jornada Exaustiva”, “Servidão por Dívida”, “Condições Degradante”, entre outros. Ainda conforme alguns professores ouvidos pelo Portal Voz do Bico, os alunos pesquisaram e aprenderam sobre as várias facetas do trabalho análoga à escravidão, resultando nas apresentações realizadas nesta terça-feira, no espaço da Escola Estadual Santa Genoveva. O evento contou com poemas, teatros e paródias elaborados pelos alunos sobre os temas estudados.
“O trabalho análogo à escravidão é crime e deve ser repudiado por todos. Temos que ter sensibilidade humana e não permitir que este mal continue afetado nossa sociedade”, disse a professora Edna Alves na abertura do evento.
Já agrônomo e ativista social João Palmeira, destacou em sua palestra as constantes lutas dos primeiros habitantes e agricultores familiares da região do Bico do Papagaio para permanecer na terra, falando especialmente do padre Josimo Tavares, que foi coordenador da Comissão Pastoral da Terra e assassinado em 10 de maio de 1986, em Imperatriz (MA). Hoje, o religioso é considerado mártir da luta contra a opressão, principalmente, no meio rural.
Veja abaixo um dos poemas apresentados pelos alunos:
AINDA HOJE…
Antigamente só se ouvia falar
Em escravo pra cá
Em escravo pra lá
Era tanto sofrimento
Tanta judiação
Causada pelos senhores
Pessoas sem coração
O homem vivia muito mal
Chegando mesmo até a morte
O descaso era tão grande
Que até pra amar não tinha “sorte”
Sem direito a quase nada
Uma vida atormentada
A mercê da própria sorte
Já passados muitos anos
O “maldito” não acabou
Pois esse trabalho escravo
Apenas se modernizou…
Há pessoas necessitadas
Procurando desesperada
Pôr um fim nesse terror
Fica aqui o meu convite
Pra combater esse mal
Trabalho escravo é crime
E muito prejudicial
Pra quem só quer ganhar
E com nada se preocupar
Isso é o fundamental
A todos aqui presentes
Escutem o que vou falar
Denuncie às autoridades
Pra podermos erradicar
Esse mal que nos assola
Por esse Brasil a fora
Trabalho ESCRAVO, NEM PENSAR!!!
(Autores: alunos do 9º ano 02 matutino / Professores responsáveis: Ionesílvia P. Silva e Abraão Santos)