Filho de Armando Cayres divulga nota sobre a condução irregular do pai pela Polícia Civil

terça-feira, 26 de março de 2019 às 09:25
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Foto: Reprodução

AUGUSTINÓPOLIS – Após a ação desproporcional da Polícia Civil que conduziu de forma irregular Armando Cayres à delegacia, o filho do fazendeiro divulgou nota na qual expressa a dor da família diante a ação da policial. Alessandro Silveira relata como a ação aconteceu e reclama do espetáculo montado diante da operação que investiga fraude na gerência regional do Naturatins em Araguatins.

Armando Cayres foi levado à Delegacia de Araguatins em cumprimento a um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça por suspeita de participação no esquema de fraude no órgão ambiental. Porém, durante os depoimentos dos envolvidos, ficou comprovado que o fazendeiro de Augustinópolis tinha sido conduzido de forma errada pela polícia e que a pessoa citada nas ligações, conforme apurado, se tratava de outro Armando. A polícia então não cumpriu o mando de prisão e liberou Armando Cayres. Veja a nota do filho do fazendeiro:

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NOTA

Há poucos dias eu tive o desprazer de descobrir que existem vários tipos de dores e a pior, mais aguda e tenaz de todas é a dor da injustiça, principalmente quando praticada exatamente por àqueles de quem esperamos Justiça. E é citando o velho filósofo grego Sócrates, que digo: por mais dolorido e vexatório que seja É MELHOR SOFRER UMA INJUSTIÇA QUE PRATICÁ-LA.

Por meio desta nota, relato à sociedade do Tocantins, Bico do Papagaio e, em especial, Augustinópolis, onde minha família vive há mais de quarenta anos, momentos de dor, constrangimento, revolta e sensação de injustiça que meus pais, Armando Cayres de Almeida e Regina Célia Silveira de Almeida sofreram em sua integridade física e moral.

Como já é público e notório, policiais civis chegaram madrugada de sexta-feira (22), batendo forte e gritando em frente ao portão da residência do meu pai, Armando Cayres, conhecido empresário e fazendeiro na região, gritando “é a polícia!”. Após apresentarem um mandato de busca e apreensão, reviraram toda a casa sem nenhum pudor ou constrangimento. Minha mãe tem apenas três meses que passou por uma cirurgia do fêmur e ainda anda com auxílio de equipamento. Há pouco mais de 30 dias também perdeu sua irmã do coração. Nada disso foi levado em consideração.

Em seguida, as “autoridades”, fortemente armados e sem nenhuma polidez, mandaram o sr. Armando trocar de roupas, havia também contra ele um mandado de prisão temporária por cinco dias, acusado de fazer parte de uma organização criminosa que atuava no órgão ambiental Naturatins. Não deixaram nem ao menos minha mãe entregar os remédios que meu pai toma diariamente (ele é hipertenso e diabético). A autoridade policial determinou que isso só poderia por meio de receita médica.

Como troféu da operação contra um inocente, um dos policiais, portando uma arma enorme, fez fotos do senhor Armando e a publicou em redes sociais. Muita falta de ética e respeito de um profissional com um ser humano.

Na Delegacia de Araguatins o espetáculo estava montado. Lá estava uma rede de TV esperando Armando Cayres chegar. Depois disso, o colocaram em uma sela (pequena e com saída de ar apenas no teto) com mais seis pessoas onde em nenhum momento, por mínimo que seja, alguém tenha feito qualquer indagação, para tentar dirimir qualquer dúvida. O estrago moral já estava feito, o achincalhamento público estava acontecendo nas redes sociais…. Como família, nos restava lamentar, chorar e chorar muito diante da dor e da humilhação pública e da injustiça do estado e de homens sem preparo para lidar com pessoas a priori tão humana quanto eles.

Após longas e dolorosas horas atrás das grades, o advogado Natanael Galvão (citado em escutas telefônicas gravadas pelas policiais) esclareceu que nunca havia atuado em qualquer defesa de Armando Cayres de Almeida, relacionada a questões ambientais. Disse que Armando Cayres não tinha e não tem nenhum problema com o Naturatins. Foi aí que o delegado resolveu ser mais critérios em suas informações e se viu diante do imbróglio cometido.

Diante de tudo isto há perguntas a se fazer. Não seria prudente e menos danoso intimar o senhor Armando Cayres ou outras pessoas em circunstância parecida antes para esclarecer os fatos à Justiça? Não existe mais o direito de ser ouvido e se defender? Acreditamos na Polícia Civil e Justiça do Estado do Tocantins.

Mesmo agora, dias passados, com tanta feridas moral para serem cicatrizadas, com tanta dor ainda dilacerando o peito e machucando nossa dignidade como família e cidadão deste estado e cidade que tanto amamos, meu sentimento continua sendo do título desta nota. É MELHOR SOFRER UMA INJUSTIÇA QUE PRATICÁ-LA.

Augustinópolis, 25 de março de 2019.

Alessandro Silveira de Almeida.

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