Irmão de deputado é liberado por não ter ligação com o esquema de fraudes no Naturatins de Araguatins

sexta-feira, 22 de março de 2019 às 13:25
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Foto: Reprodução/Lucas Ferreira

Redação Voz do Bico

ARAGUATINS – O irmão do deputado Amélio Cayres (SD), Armando Cayres de Almeida foi liberado pela polícia após prestar depoimento na delegacia de Araguatins. O nome dele consta na decisão do juiz que autorizou a Operação Isis, nesta sexta-feira (22), mas ficou comprovado que Armando não tem ligação com o esquema de fraudes no Naturatins de Araguatins e foi liberado. A informação de participação dele no esquema teria sido equívoco da Polícia Civil.

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“A princípio, nas ligações interceptadas, citava-se o nome do deputado Amélio Cayres e também de Alvimar Cayres, ex-prefeito de Buriti, que são irmãos de Armando Cayres. Só que, com as informações que chegaram ao meu conhecimento hoje pela manhã, na verdade esse Armando não seria o Cayres e sim o Armando prefeito de Esperantina, segundo informações prestadas pelo advogado conduzido e pelo próprio Armando Cayres”, disse o delegado Thyago Bustorff, que comanda as investigações.

O delegado disse também, conforme os depoimentos colhidos nesta sexta-feira, que Luciana Geremias de Souza, chefe do Naturatins em Araguatins, buscava anular multas do prefeito de Esperantina. As informações agora serão apuradas pela polícia para verificar a veracidade ou não.

Ouça o que o delegado disse sobre o caso:

Operação Isis  

Deflagrada nesta sexta-feira (22) pela Polícia Civil, a operação investiga um suposto esquema criminoso que agia dentro Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), regional de Araguatins. O grupo seria responsável por cobrar propina de fazendeiros e até de prefeituras para retirar multas e liberar licenças ambientais.

Segundo a polícia, a chefe Naturatins em Araguatins, Luciana Geremias de Sousa, seria a líder de um suposto esquema criminoso. Nesta sexta-feira (22), sete pessoas foram presas e 15 mandados de intimação, busca e apreensão estão sendo cumpridos pela polícia nas cidades de Araguatins, Augustinópolis, Axixá e Buriti do Tocantins.

Luciana Geremias é servidora concursada desde 2005 e, de acordo com as investigações, tem um patrimônio incompatível com o que ganha como servidora. Ela seria proprietária de seis imóveis na região, sendo que um deles está avaliado em R$ 1,8 milhão. O salário dela é pouco mais de R$ 8 mil por mês.

Os servidores do Naturatins Orleans Silva Oliveira e Nadson Nammir Borges de Oliveira também seriam integrantes do esquema criminoso. Os três seriam responsáveis por autuar fazendeiros e embargar propriedades rurais no Bico do Papagaio. Depois, segundo a polícia, eles desfaziam as autuações e multas mediante pagamentos das vítimas. Para receber o dinheiro, o grupo criou uma empresa de fachada para prestar serviços de consultoria.

Ainda segundo a polícia, o grupo também prestava consultoria para prefeituras da região do Bico do Papagaio. Uma das interceptações telefônicas feitas com autorização da Justiça, o grupo oferecia “ajuda” a um município para preparar a documentação e viabilizar o ICMS Ecológico.

Os suspeitos de participação no esquema presos temporariamente nesta sexta-feira foram:

Euerçu Gonçalves da Silva – companheiro de Luciana Geremias, sócio da suposta empresa de fachada e funcionário do Banco do Brasil. Seria responsável por acompanhar os pagamentos de fazendeiros para a empresa de fachada.

Gustavo Ferreira de Sousa – funcionário da empresa de fachada e membro da associação criminosa.

Elizângela Pereira de Souza – Aparece como sócia majoritária da empresa de fachada e também seria membro do esquema criminoso.

Edyvaldo Fernando dos Santos Lima – funcionário da empresa e membro da associação criminosa. Seria responsável por captar clientes e fazer a ponte com os membros da empresa de fachada.

A Justiça também determinou medidas de restrição para dois fazendeiros que teriam utilizado os serviços da empresa de consultoria para obter vantagens. Os três servidores do Naturatins também foram afastados das funções públicas pela decisão judicial que autorizou a operação. Mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos no endereço dos suspeitos, na empresa de fachada, na unidade do Naturatins em Araguatins e na sede em Palmas.

Nota

O Governo do Estado do Tocantins não admite condutas incompatíveis com o exercício de cargo público. Ao tomar conhecimento das denúncias, o Naturatins já realiza os tramites para instauração dos procedimentos legais cabíveis, visando apurar as responsabilidades, podendo, em caso de comprovação de atos irregulares, os autores sofrerem as sanções previstas em Lei.

Secretaria da Comunicação do Governo do Tocantins

A defesa dos envolvidos no caso ainda não se pronunciaram sobre as prisões.

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