Quebradeiras de coco têm mais autonomia com tecnologia no campo

sexta-feira, 23 de outubro de 2020 às 17:16
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Mulher da comunidade manejando o tratorito. Foto: APA-TO.

SÃO MIGUEL – Vinte famílias da comunidade são beneficiadas com tratorito propiciando autonomia, melhores condições de trabalho e renda, especialmente, para as mulheres quebradeiras de coco babaçu.

As famílias da comunidade Olho D´agua, do município de São Miguel, há anos produzem hortaliças agroecológicas nas áreas de babaçuais como meio de garantir uma alimentação diversificada e saudável  e geração de renda.

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Nesta semana, as famílias foram beneficiadas com um tratorito com encanteirador  doado pela organização Alternativas para a Pequena Agricultura no Tocantins (APA-TO). Também ocorreu a primeira capacitação para o seu manuseio, envolvendo quebradeiras de coco, agricultores e jovens da comunidade.

Foto: Divulgação

O tratorito é um tipo de trator de pequeno porte adequado às condições da agricultura familiar camponesa, uma vez que apresenta um valor mais acessível, baixo custo de manutenção, fácil manuseio e porte adequado para trabalhar em pequenas áreas.

A chegada do tratorito na comunidade beneficiou todas as famílias e, especialmente, as mulheres quebradeiras de coco, gerando autonomia no preparo dos canteiros das hortas e melhoria nas condições de trabalho. O preparo manual do canteiro é uma atividade que demanda tempo e esforço físico desgastante.

Máquina vai acelerar o trabalho no campo. Foto: APA-TO.

Segundo a quebradeira de coco Maria Silvânia,  “Foi muito bom  o tratorito chegar na nossa comunidade. Antigamente a gente trabalhava manual, cavava o canteiro com enxada e a gente passava três dias para fazer três canteiros e agora a gente faz seis canteiros só na manhã e no ponto de plantar na parte da tarde. E antes, precisava da ajuda dos homens para poder fazer o canteiro, pois com o chão muito duro, a gente não tinha força para fazer os canteiros da horta. E agora, a gente mesmo aprendeu a manusear o tratorito, isso foi muito importante porque a gente não precisa ficar esperando mais o marido para fazer o canteiro”.

Outro aspecto levantado pelas famílias é que a possibilidade de construir mais canteiros impactará na geração de renda, como comenta a quebradeira de coco Ivanilde da Paixão: “Com o tratorito, a nossa renda vai melhorar, porque ao invés de fazer um só canteiro, vamos poder fazer dois, três, quatro canteiros e também vamos fazer um fundo rotativo solidário. Vamos pagar o valor do tratorito para poder depois esse dinheiro ficar rodando entre as famílias da comunidade, para fazer uma estufa que daqui a pouco iremos precisar, no período das chuvas. Hoje não temos condições de fazer as estufas, mas com esse dinheiro, no ano que vem vamos poder fazer a estufa com o dinheiro do fundo”.

A partir do recebimento do tratorito, as famílias da comunidade resolveram criar um fundo rotativo solidário, como uma alternativa que possibilita o investimento em outras atividades e estruturas necessárias para a melhoria das atividades produtivas agroecológicas. É considerado um fundo porque mobiliza recursos financeiros ou outros recursos, é rotativo, porque ele gira e beneficia todas as famílias envolvidas e é solidário, porque as famílias se comprometem a ajudar o próximo. As regras de funcionamento e gestão do fundo estão sendo discutidas e construídas coletivamente pelas famílias da comunidade.

(Informações: Assessoria)

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