Americano que se submeteu ao primeiro transplante de olho e parte do rosto completa um ano de nova vida: ‘Segunda chance’

terça-feira, 10 de setembro de 2024 às 07:42
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Aaron James antes e depois do acidente e do transplante de olho e parte do rosto — Foto: Reprodução

Em 2021, Aaron James tocou com o rosto um fio energizado de 7.200 volts. O acidente de trabalho no Arkansas (EUA) deixou sequelas terríveis: o americano perdeu o olho esquerdo, a pálpebra esquerda, o nariz, os lábios e uma grande quantidade de tecido facial. O veterano da Guarda Nacional do Exército, Aaron acordou em um hospital seis semanas depois com uma órbita vazia onde seu olho esquerdo estava, um caroço no lugar do nariz e um buraco que mal lembrava uma boca. Os médicos amputaram seu braço esquerdo acima do cotovelo, colocaram uma prótese e o ensinaram a andar novamente.

Dois anos depois, Aaron se submeteu a um procedimento histórico: cirurgiões da NYU Langone Health fizeram história quando substituíram o olho esquerdo de James e metade de seu rosto, que ele recebeu de um doador na faixa dos 30 anos que havia sido declarado com morte cerebral. Foi a primeira vez no mundo que um paciente passou por transplante de olho inteiro e parte do rosto.

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“Recebi o presente de uma segunda chance e não desvalorizo ??um único momento”, disse Aaron ao “NY Post”, acrescentando que voltou a ter prazer ao se olhar em espelho.

Nesta segunda-feira (9/9), em artigo publicado na revista “Journal of the American Medical Association”, os responsáveis pelo transplante contaram como está o processo de recuperação de Aaron, um ano após a cirurgia de 21 horas.

Aaron James após transplante de olho e parte do rosto — Foto: Reprodução/NYU Langone Health

“Os resultados que estamos vendo após esse procedimento são incríveis e podem abrir caminho para novos protocolos clínicos e inspirar mais pesquisas sobre transplantes complexos envolvendo órgãos sensoriais críticos”, declarou Vaidehi S. Dedania, oftalmologista e especialista em retina de James no Departamento de Oftalmologia da NYU Langone.

Apesar do avanço científico, Aaron ainda não consegue enxergar com o olho transplantado. A equipe cirúrgica relatou que danos ao nervo óptico durante a recuperação resultaram em alguma perda de tecido retiniano. Mas o olho manteve a pressão normal e um bom fluxo sanguíneo. Os testes também mostram que os bastonetes e cones — fotorreceptores na retina que são responsáveis ??pela visão — sobreviveram ao transplante. Há esperança de que futuros transplantes de olhos inteiros possam restaurar a visão.

Aaron James, após o acidente, com a filha, Ellie — Foto: Reprodução

“Fizemos o trabalho de transplantar um olho. Agora precisamos trabalhar mais para entender como restaurar a visão do olho”, disse o Eduardo D. Rodriguez, que liderou a equipe de 140 pessoas que colaborou no procedimento.

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