Justiça bloqueia bens de investigados na operação Ápia

sábado, 29 de abril de 2017 às 09:12
879 Visualizações

Ex-governador Sandoval Cardoso, ex-presidente da Agetrans Kaká Nogueira e o deputado estadual Eduardo Siqueira Campos prestaram depoimento na PF

Mais de R$ 425 milhões em bens de políticos, servidores públicos e empreiteiros foram bloqueados pela Justiça. Do total, mais de R$ 108 milhões foram do ex-governador Sandoval Cardoso (SD), do deputado estadual Eduardo Siqueira Campos (DEM) e do ex-governador Siqueira Campos (sem partido). A decisão foi do juiz federal Leão Aparecido Alves do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

Publicidade

O bloqueio é decorrente da 4ª fase da Operação Ápia, deflagrada no ano passado. Eles estão entre os investigados por fraudes em licitações/contratos e lavagem de dinheiro. Mais de 30 pessoas estariam envolvidas no esquema, segundo as investigações da Polícia Federal (PF).

Eduardo Siqueira Campos foi levado coercitivamente, da sua residência na manhã de ontem, pela PF para a sede da Superintendência, onde prestou depoimento.

Documentos, celular e um tablet foram recolhidos na residência do deputado pelos agentes, conforme o mesmo informou à imprensa. O depoimento dele durou cerca de 4 horas. A ação da Polícia Federal segue em segredo por determinação judicial.

Também foram ouvidos ontem, o empresário Wilmar Oliveira de Bastos, dono da empresa EHL; o ex-governador Sandoval Cardoso e o ex-presidente da Agência de Máquinas e Transportes (Agetrans) Alvicto Ozores Nogueira, o “Kaká Nogueira”.

A operação também foi até o escritório de advocacia de Renan Bezerra de Melo Pereira, ex-superintendente de obras e filho do procurador geral do Ministério Público Estadual, Clenan Renaut de Melo, para cumprir um mandado de busca e apreensão. Também teriam mandado de condução coercitiva os empresários José Maria Batista de Araújo (Jota) e Geraldo Magela Batista de Araújo; Renan Bezerra de Melo Pereira e Juliana Bezerra de Melo Pereira, porém a informação não foi confirmada pela Polícia Federal.

A Justiça teria emitido 17 mandados de condução coercitiva, mas a informação também não foi confirmada.

Operação

A Ápia é resultado de uma força tarefa envolvendo Polícia Federal, Procuradoria da República do Tocantins e Controladoria Geral da União (CGU) que investiga um suposto esquema de corrupção que envolve políticos, servidores públicos e empreiteiros.

Eduardo Siqueira Campos prestou depoimento na PF

As investigações apontam fraude em licitações e contratos de terraplenagem e pavimentação asfáltica em 29 rodovias estaduais, nos 139 municípios tocantinenses, nos anos de 2013 e 2014. Tais obras seriam custeadas com recursos oriundos de financiamento internacional de cerca de R$ 1,2 bilhão, dos quais 70%, ou R$ 850 milhões teriam sido repassados para a Agetrans executar as obras. Do total, as investigações apontam que R$ 200 milhões teriam sido desviados pelo grupo.

A operação investiga um total de 13 contratos, com sete construtoras. A Justiça já mandou suspender o pagamento de 11 contratos. No âmbito da Ápia, já foram decretados 23 mandados de prisão, além dos de busca e apreensão e condução coercitiva.

(JORNAL DO TOCANTINS)

-- Publicidade --

Comentários no Facebook