“Precisamos de suporte, não de julgamento”: primeiro encontro de mães atípicas aconteceu nesta segunda-feira em Esperantina

terça-feira, 22 de abril de 2025 às 09:25
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As participantes compartilharam vivências relacionadas ao diagnóstico dos filhos, à rotina em casa, aos desafios na escola e ao impacto emocional causado pela sobrecarga. – Foto: Divulgação

ESPERANTINA – Nesta segunda-feira (21), feriado de Tiradentes, um grupo de mães de crianças com autismo se reuniu em Esperantina-TO para o primeiro encontro voltado à maternidade atípica no município. A iniciativa foi organizada por Mayane Rumão de Souza Arruda, Cléia dos Santos Lima e Maria Helena Silva de Assis da Costa, e aconteceu em um espaço cedido pelo professor Adalberto Ursular de Castro.

Durante o encontro, as participantes compartilharam vivências relacionadas ao diagnóstico dos filhos, à rotina em casa, aos desafios na escola e ao impacto emocional causado pela sobrecarga. O objetivo foi criar um ambiente de acolhimento, empatia e escuta entre mulheres que muitas vezes enfrentam essas batalhas em silêncio.

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“Esse primeiro encontro de mães atípicas em Esperantina dá início a uma caminhada longa, mas que precisa começar para que a gente fortaleça um vínculo de trocas e companheirismo. Foi um momento maravilhoso, onde ouvimos umas às outras sem críticas nem julgamentos. Um momento de acolhimento, empatia. Que esse encontro seja o pontapé inicial para buscarmos juntas uma Esperantina melhor para nossos filhos”, destacou Mayane Rumão.

A professora Maria Helena de Assis também reforçou a importância da iniciativa. Para ela, ainda há uma ausência de suporte concreto para a realidade dessas famílias, o que torna fundamental a união entre as mães. “Precisamos unir forças para termos ânimo para lutar pelos nossos filhos”, afirmou. Ela destacou que o momento vivido no encontro foi importante para fortalecer cada uma das participantes. Em vez de seguirem isoladas, muitas delas saíram dali com a sensação de que não estão sozinhas.

“Foi possível ver que muitas famílias estão no mesmo barco, precisando de suporte, de companheirismo para continuar na luta”, completou Maria Helena. Segundo ela, o sentimento predominante foi de alívio ao perceber que outras mães enfrentam dores semelhantes e que o apoio mútuo pode aliviar um pouco o peso da caminhada.

No encerramento, as participantes foram presenteadas com brindes de autocuidado — como mensalidades de academia, serviços de manicure, pedicure, tratamento capilar com profissional de salão e outros mimos —, em um gesto de valorização àquelas que, quase sempre, colocam suas próprias necessidades em segundo plano.

De acordo com dados do Ministério da Educação, o número de estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas escolas brasileiras aumentou 48% em um ano — de 429 mil em 2022 para mais de 636 mil em 2023. Apesar do crescimento na identificação, muitas famílias ainda enfrentam dificuldades no acesso a diagnóstico precoce, tratamentos especializados e políticas públicas adequadas.

*Por Daiane Silva

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