TOCANTINÓPOLIS – Grande para dar visibilidade à causa do feminicídio e vermelho para simbolizar o sangue derramado pelas vítimas, o “Banco Vermelho” agora está presente também em Tocantinópolis. Símbolo de resistência e conscientização na luta contra o feminicídio, a ocupação, com 4 metros de comprimento por 1,80 de altura, foi instalada na tarde da última quinta-feira (12/9), pelo Poder Judiciário, por meio da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid), em parceria com a Prefeitura de Tocantinópolis.
Agora, quem passar pela Praça da Bíblia, no centro da cidade, vai perceber o grande “Banco Vermelho”. Além de poder, sentar na ocupação, a população de Tocantinópolis terá a oportunidade de refletir sobre a situação de violência contra a mulher, pois o espaço representa um memorial às vítimas que perderam suas vidas pelo fato de serem mulheres.
“Esse banco representa essa luta, que não é só minha, mas do Poder Judiciário e da sociedade de Tocantinópolis para o fim do feminicídio”, disse a presidente do Tribunal de Justiça do Tocantins, desembargadora Etelvina Maria Sampaio Felipe, reforçando o compromisso da instituição com a causa.
A coordenadora da Cevid, juíza Cirlene Maria Assis, agradeceu a presidente pela oportunidade de estar ao seu lado contribuindo para o combate à violência contra a mulher. “O banco vermelho é um símbolo da nossa luta, do nosso compromisso e da nossa responsabilidade no enfrentamento à violência contra a mulher”, destacou, ressaltando que a instalação do banco é apenas o primeiro passo que o Tribunal de Justiça está tomando no enfrentamento à violência de forma preventiva no município, onde também serão desenvolvidas ações com crianças, nas escolas, sobre o feminicídio.
Para tanto, durante o ato de instalação do banco, a desembargadora Etelvina Maria Sampaio Felipe, a juíza Cirlene Assis e o secretário municipal de Educação, professor Walter Feitosa de Sousa, assinaram o Termo de Cooperação para a implantação do Projeto Banco Vermelho e desenvolvimento de ações de combate à violência contra mulheres.
Tocantinópolis é a segunda cidade tocantinense a receber o “Banco Vermelho” instalado pelo Poder Judiciário. A primeira foi em Colinas do Tocantins, durante visita da presidente do TJTO à comarca e dentro da programação do Agosto Lilás.
Presenças
Também prestigiaram o evento o juiz diretor do Fórum de Tocantinópolis, Helder Carvalho Lisboa; a secretária de Saúde do município, Maria Vandecy Soares Ribeiro; a vice-presidente da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/TO), Fernanda Mesquita; a diretora-geral do TJTO, Ana Carina Souto; a chefe de gabinete da Presidência do TJTO, Jeane Justino; a representante da Delegacia da Mulher, Sandra Maria Batista da Silva; o comandante regional de policiamento da região Norte, tenente-coronel Abner; a representante do Distrito Sanitário de Saúde Indígena de Tocantinópolis, Larisse Tebas; diretores e servidores do TJTO e população em geral.
Iniciativa
A iniciativa é do Instituto Banco Vermelho (IBV), entidade brasileira sem fins lucrativos e suprapartidária, dedicada a erradicar o feminicídio. O objetivo é chamar a atenção da população sobre a importância do enfrentamento da violência contra a mulher e do combate ao feminicídio.
No Brasil a iniciativa do Banco Vermelho surgiu da experiência pessoal de duas mulheres de Recife (PE), a publicitária e ativista Andrea Rodrigues e a executiva de marketing Paula Limongi, que tiveram amigas assassinadas por seus companheiros.
O governo federal lançou, no último dia 1º de agosto, o projeto para todo o país, a partir do lançamento, em lugares de alto fluxo será instalado um grande banco vermelho com contatos de canais de ajuda para realização de denúncias e suporte às vítimas de violência doméstica. Desde então, já foram instalados mais de 30 bancos vermelhos em mais de dez estados, incluindo o Senado e o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).
No Tocantins, o projeto prevê a instalação de 16 bancos gigantes em locais públicos, nas cidades com o maior índice de violência doméstica, como forma de conscientização e combate ao feminicídio.
(ASCOM TJTO)