TSE e a confirmação da República das Bananas

segunda-feira, 12 de junho de 2017 às 08:29
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*Por Sérgio Henrique da Silva Pereira

A chapa ‘quente’ Dilma/Temer conseguiu perdão pleno do TSE. Admar Gonzaga e Tarcisio Vieiram, indicados por Michel Temer, desde o começo do julgamento consideraram Temer como bom moço da Republica das bananas. Ambos posicionaram-se contra a inclusão de novas provas — os documentos e os depoimentos dos delatores da Lava Jato. Ou seja, a Operação Lava Jato serve tão somente para gastar recursos públicos com as investigações e, depois, mandar os documentos para reciclagem. Quem sabe algum estudante não irá ter o prazer de comprar caderno reciclado by MP.

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Temer bate o pé contra a Polícia Federal, “não falo nada”. Além disso, que engavetar os seus atos. No Carnaval de 2018, crianças brincarão de bandido e mocinho. No final, a PF perderá feio.

Ministério Público e Polícia Federal, com sua locomotiva investigativa, mas colhendo provas de diversos crimes, são atacados pelos ‘representantes’ do povo, quando aparecem na Lista Negra da República das Bananas (LNRB).

E o pedido de impeachment de Michel Temer pela OAB? OAB não sabe de nada, adora causar tumultos. Foi assim na Golpe Militar de 1964, defendendo os direitos humanos, e agora, ao pedir o impeachment. Um bando de advogados que incomodam o Estado Democrático de Direito.

Todo o processo político e jurídico na República das Bananas ficará registrado no inconsciente coletivo. Se geração atual acha que o Brasil não tem jeito, pior ficará. Esses jovens, quando forem adultos, dirão aos seus filhos que no Brasil vigora a Lei de Gerson: leve vantagem em tudo.

Michel Temer tem baixíssima popularidade. Dizer que Michel foi eleito democraticamente, ao pé da letra, é absurdo. Ele era a sombra da presidenta Dilma Rousseff, é ela que foi, democraticamente (voto na urna) eleita. Não se trata aqui de defendê-la, quem lesa tem que pagar. É nítido o oportunismo no Brasil. A maioria dos parlamentares que pediram o impeachment da presidenta estão mais sujos que via pública em época de enchente. Esses mesmo nobres parlamentares querem diminuir os poderes da PF, da PGR e do MP.

Porém, são os ‘representantes’ culpados? Claro que não. Algum som de panela sendo batida soa na República das Bananas? Bandeiras verde-amarelas estão nas vias públicas?

Por quê? Anotem o que irei dizer.

Desde de que Lula (comunismo) aproximou-se da Presidência da República, o mito (positivo) Capitalista agiu contra o mito (negativo) Comunismo. Sempre que há uma mito existem dois lados da mesma moeda. Comunismo é visto com perda das liberdade civis e políticas, o término da propriedade privada, a destruição das cristãos, e tudo que é pregado — não há identidade de gênero, feministas, poliafetividade etc. Claro que quando se fala em Comunismo há associação ao Socialismo — este que existe desde os gregos a. C. Ou seja, um pólis sem discriminações, sem discriminações religiosas, solidariedade (função social e não pacta sunt servanda, somente).

Há claro, no Brasil, nas defesas da Família com Deus (Nietzsche, Spinosa e Kant diriam ‘controle mental’), com ampla defesa dos EUA (Guerra Fria), o oportunismo. Os empresários apoiaram o Golpe de 1964, assim como as empresas de jornalismo. Lula no Poder, Mensalão do PT, Lava Jato e Panama Papers. No Mito da Caverna (Made in Brazil), tudo que é contado (mito) não passa de uma verborragia para explicar o inexplicável. As máscaras caíram. Porém, para que esse mito continue vivo, é necessário criar mito negativo, a PGR, o MP, a OAB e a Lava Jato. O mito positivo é tudo que vem do parlamentares, Presidente da República etc. O mito positivo tem que ganhar vida, substancialmente. Como? Acusando o mito negativo de ser contra o povo, contra o Estado Democrático de Direito.

Dizer que antes de 1988 não tinha corrupção é corretíssimo, pois não existia liberdade de expressão e de pensamento para mostrar às sangrias no erário.

Sempre disse, desde 2006, com meu blogue Brasil Progresso, que não há interesse na pólis, mas interesses individuais. Já questionava o Produto Interno Bruto e os poucos investimentos na saúde, educação, segurança pública. Num país que produz toneladas de grãos, como poderia ter subnutridos? E o que pensar de 1891 até 1988? Pior. O Brasil sempre foi rico, o problema, como dizia Darcy Ribeiro, é a existência de uma parcela da sociedade que quer lucrar com o caos, com a fome.

O Estado Social é usado para dar esmolas, o famoso Pão e Circo. Obras públicas sempre serviram para lucratividade dos empresários e políticos. A burocracia continua vivíssima na administração público, pois, quanto mais demorado, mais é possível criar mecanismos paliativo — e assim os políticos se reelegem.

A economia pode melhorar, mas para quem? Quem sairá ganhando? O povo, que vive de crédito? E quando não há possibilidade pagar, a rua é a nova morada. Vida de ‘cartão de crédito’. Muita propaganda política, e ainda tem brasileiros que vivem pior que os moradores na Roma Antiga: não há saneamento, rua asfaltada, banheiro público. Mas Roma não era perfeita, assim como o próprio Brasil. Quem será lançado aos leões? Quem terá boa justiça? Quem poderá pagar pela boa justiça?

*Sérgio Henrique da Silva Pereira Jornalista, professor, escritor, articulista, palestrante, colunista. Articulista/colunista nos sites: Academia Brasileira de Direito (ABDIR), Âmbito Jurídico, Conteúdo Jurídico, Editora JC, Governet Editora, Investidura – Portal Jurídico, JusBrasil, JusNavigandi, JurisWay, Portal Educação.

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