IML começa a liberar corpos de vítimas carbonizadas em massacre de Altamira, no PA

terça-feira, 13 de agosto de 2019 às 19:56
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Presídio em Altamira, Pará, palco de chacina nessa segunda-feira. – Foto: Reprodução/ Internet

O Centro de Perícias Científicas “Renato Chaves” (CPCRC) de Altamira, sudoeste do estado, começou a liberar nesta terça-feira (13) os 20 corpos, dos 30 que foram carbonizados durante o massacre ocorrido no Centro de Recuperação Regional de Altamira (CRRAlt). Os corpos foram identificados após a realização de exame de DNA. Ao todo, apenas sete corpos foram liberados, pois apenas familiares destes compareceram à UR para assinar os documentos de liberação.

Eles foram identificados como: Amilton Oliveira Câmara, Anderson Nascimento de Souza, Diego Walison de Sousa Reis, Geidson da Silva Monteiro, Itamar Anselmo Pinheiro, José Brandão Barbosa Filho, José Francisco Gomes Filho.

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A liberação dos demais corpos se dará no decorrer da semana, até o comparecimento de seus respectivos familiares, que estão sendo comunicados a comparecerem na UR do CPCRC de Altamira. Os parentes devem trazer documentos de identificação originais, que fazem parte da determinação legal e burocrática para liberação dos corpos sem qualquer impedimento: documento com foto do cadáver e do familiar que vai assinar a liberação, além do comprovante de endereço.

Massacre no presídio

Um confronto entre facções criminosas dentro do presídio de Altamira causou a morte de 58 detentos. No dia 29 de julho, líderes do Comando Classe A incendiaram a cela onde estavam internos do Comando Vermelho. De acordo com a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), 41 morreram asfixiados e 16 foram decapitados. Na terça, mais um corpo foi encontrado carbonizado nos escombros do prédio.

Após as mortes, o governo do estado determinou a transferência imediata de dez presos para o regime federal. Outros 36 seriam redistribuídos pelos presídios paraenses.

Um relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) considera o presídio de Altamira como superlotado e em péssimas condições. No dia do massacre, havia 311 custodiados, mas a capacidade máxima é de 200 internos. Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Pará, dos 311 presos, 145 ainda aguardavam julgamento.

Morte de detentos na transferência

Na noite do dia 30 de julho, quatro envolvidos na briga entre facções que resultou no massacre foram mortos durante o transporte para Belém, segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup). Os corpos foram encontrados na manhã de quarta-feira (31) com sinais de sufocamento. A Superintendência do Sistema Penitenciário (Susipe) não deu detalhes de como as mortes ocorreram.

De acordo com a Segup, os mortos são da mesma facção (Comando Classe A) e ocupavam a mesma cela no Centro de Recuperação Regional de Altamira. Foi essa facção que atacou integrantes do Comando Vermelho, facção rival. Os outros 26 presos que estavam no veículo e que seriam levados para a capital foram colocados em isolamento e serão ouvidos pela polícia.

O caminhão tem quatro celas e a capacidade para até 40 presos –no momento dos crimes, 30 eram transportados. O Estado informou que não possui caminhão com celas individuais.

(G1/PARÁ)
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