Mensalinho: Vereadores recebiam de R$ 1 mil a R$ 8 mil mensal para aprovar projetos da Prefeitura de Augustinópolis

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019 às 09:24
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Vereador Antonio Barbosa sendo conduzido pela Polícia Civil. – Foto: Divulgação

Alan Milhomem / Voz do Bico

AUGUSTINÓPOLIS – Em operação deflagrada nesta sexta-feira (25), a Polícia Civil cumpre 10 mandados de prisão temporária contra vereadores de Augustinópolis que, segundo as investigações, recebiam o pagamento mensal de R$ 1 mil a R$ 8 mil para a aprovação de projetos da prefeitura. O esquema teria movimentado cerca de R$ 40 mil por mês.

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“Na linha de intelecção da delação ofertada, os membros da Casa de Leis local, em razão do cargo eletivo que ocupam, receberiam vantagens indevidas consistentes no pagamento mensal de determinados valores com variação de R$ 1 mil até aproximadamente R$ 8 mil sendo que, in casu, os valores seriam diferentes e determinados em razão da força política que exercem dentro da estrutura administrativa e social”, destacou o juiz Jefferson Asevedo na decisão que autorizou a prisão de 10 dos 11 vereadores da cidade.

Tiveram a prisão temporária decretada os vereadores: Maria Luisa de Jesus do Nascimento, Antônio Silva Feitosa, Antônio Barbosa Sousa, Antônio José Queiroz dos Santos, Edvan Neves Conceição, Ozeas Gomes Teixeira, Francinildo Lopes Soares, Angela Maria Silva Araújo de Oliveira, Marcos Pereira de Alencar e Wagner Mariano Uchôa Lima. Conforme informações da Polícia Civil, às 9h, três parlamentares ainda estavam foragidos: Edvan (Neguim da Civil), Antônio Queiroz e Wagner Mariano (Vaguim do Hospital).

A Justiça também determinou ainda 3 mandados de condução coercitiva e 14 mandados de busca e apreensão na Prefeitura de Augustinópolis e na Câmara de Vereadores. O secretário de Administração, Paulo Esse, e o de Controle Interno, Pedro Amaro, também serão ouvidos pela polícia. Embora tenha mandados de busca e apreensão na prefeitura, o chefe do executivo municipal Júlio Oliveira não é investigado.

As investigações são conduzidas pelo delegado Jackson Wutke e pelo Ministério Público Estadual. Além de determinar a prisão, a Justiça determinou também o afastamento dos dez vereadores por 180 dias. Com isso os suplentes devem ser nomeados imediatamente para ocupar os cargos. Apenas o presidente da Câmara, que não está sendo investigado neste momento, continua no cargo.

A Prefeitura de Augustinópolis e a Câmara de Vereadores, assim como as defesas dos presos, ainda não se pronunciaram sobre a operação.

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