A manhã nublada e de chuva rápida do sábado, dia 29, foi muito pouco para intimidar os tropeiros que participaram da Quinta Tropeada dos Muladeiros do Norte do Tocantins e Quarto encontro de Muladeiros, iniciada no dia 23 na fazenda Nossa Senhora de Aparecida, município de Darcinópolis e finalizando no domingo, 30, no Parque de Exposição Dilson Martins de Oliveira.
Adultos, mulheres, jovens e crianças montados em suas mulas e burros, durante todo o percurso de 160km mostraram intimidade com seus animais e, elegante e altivos, desfilaram pelo centro da cidade de Augustinópolis, passando pela Santuário Santa Rita de Cássia, onde receberam a imagem de Nossa Senhora aparecida, protetora dos tropeiros, das mãos do padre Francisco Mendes, que os abençoou. Observa-se, o pleno zelo pela cultura do troperismo, permeada pela religiosidade, principalmente pela fé na padroeira, levando sempre a frente uma bandeira com sua imagem, hasteada no lugares onde para e pousa.
Além da diversão e hobby de montar, o evento, organizado por Leandro Lopes e Célio Assunção, tem por objetivo relembrar o tempo em que tropeiros, a partir do século 18, abasteciam pequenos povoados e este começaram a consolidar ao longo do trajeto das tropas, onde os tropeiros paravam para trocar mercadorias e os animais podia pastar. Apesar do tempo passado, tudo é feito de maneira natural, buscando o fortalecimento do meio rural, sendo reescrito no casco dos muares.
Estradão
As veredas é o caminho certo e o destino perfeito são as propriedades rurais ondes os tropeiros são recebidos com exultações, abraços apertados, olhos lacrimejantes, sorrisos de alegrias para almoço ou um cobiçado pouso e… Festa. Festa para arrear os animais, dar comida e água, alimentação farta, churrasco a vontade e merecidos descansos para todos. No início da tarde ou nos primeiros raios da manhã, lá estão os tropeiros vagando no curral entre os muares a procura de seu animal para selar e cair no veredão novamente.
Antes, porém, os agradecimentos, as honrarias, a despedida calorosa e a promessa de um dia voltar, e, se voltar têm a certeza de serem muito bem recebidos, isto porque o respeito à família do anfitrião e a deferência as tradições dos muladeiros foram mantidas e serão alimentadas para vicejar uma tradição que desbravou o Brasil e levou no lombos dos burros e mulas riquezas para os mais distintos rincões deste país.
No meio do trajeto não faltam cenários deslumbrantes e paisagens majestosa para encantar e encher os olhos com o que há de mais belo no Bico do Papagaio. Rios caudalosos com águas geladas, convidativas para o banho e para matar a sede dos animais, cachoeiras atraentes, campos aberto, capinzais quase intransponível, e, claro, belas propriedades rurais; no amanhecer ou no ocaso da tarde à frente dos tropeiros, a beleza delicada porém suntuosa da natureza os espera para o início ou o fim de mais uma jornada.
Trajeto
Além da fazenda Nossa Senhora Aparecida, propriedade do agropecuarista Renato Ramalho, de onde saíram dia 23, e onde teve provas de muares no dia anterior; os muladeiros passaram pela Fazenda Oriente, propriedade de Issa Hanibah, dormiram na fazenda Boiadeiro, de Marcelo Zacaner, no município de Angico; almoçando na Fazenda Fortaleza, de Antônio Henrique Pinto. No dia Seguinte foram recebidos na Fazenda Vicente Previato, de Odilson Previato; foram almoçar na Fazenda Maranata r no mesmo dia dormiram da Cachoeira da Lages, no município de São Bento, tendo como anfitrião o prefeito da cidade, Ronaldo Parente, que cedeu sua Fazenda Pangaré para os animais pastarem e descansarem.
Na manhã do dia 26, o destino foi a Fazenda Estrela do Norte, de Rubens Marques, dormindo na segunda Fazenda denominada Nossa Senhora Aparecida, do José Filho, isto já no município de Araguatins. Mal raiava o dia e os animais estavam sendo selados para uma jornada curta, até a fazenda Bacuri, no município de Axixá, onde foram recebidos pelo proprietário, Marco Aurélio. Nesta propriedade mais uma vez houve prova e aí todos dormiram. O almoço do dia 28 já foi no município de Augustinópolis, na fazenda Santa Maria, do produtor rural Waltênio Holanda e o último pouso ficou por conta de Edimar Santos, na fazenda Gurupi.
Veja mais imagens da jornada!