*Por Paulo Palmares
A política como todas as coisas passa por processos de renovação, recomposição, redirecionamento, rearranjos ou outras rearrumações que proporcionam ou um novo olhar ou perspectiva para o futuro. Em alguns casos para não se repetir equívocos ou erros do passado, ou melhorar o que se fez história e sempre com a visão ampla deitada em projeções, tentando redesenhar o que virá na cena política. Em resumo, ninguém tem uma bola de cristal para prever o futuro, mas no caso da política diante dos atores presente podemos pelo menos imaginar cenários sequentes. Nisso fadados em erros e acertos, às vezes mais erro que acertos.
Com o olhar mais acurado sobre os resultados das últimas eleições municipais em Augustinópolis, se observa uma lufada de brisa registrada com a presença do dr. Guilherme Rezende, um nome novo disputando a prefeitura de Augustinópolis, a eleição de cinco novos vereadores e a eleição do vice-prefeito na chapa encabeçado pelo prefeito Antônio do Bar, Rone Teodoro; isso dito, e sabendo que Antônio do Bar, o ator que dominou a cena política da cidade no últimos 35 anos, com reflexo na região, dificilmente estará presente nas eleições futura como participante decisivo, todos podem ser o que almeja ser: Prefeito de Augustinópolis.
Rone Teodoro, Guilherme Rezende, os vereadores novatos Gaúcho, Saulo Carreiro, Rômullo Veterinário, Daniel Wallison, Kinha e outros que já eram detentores de mandato como Luciano Cayres e Toinho da Prefeitura que voltou a Cãmara Municipal são em sua maioria jovens que querem escrever seus nomes na história política do município e as eleições futura não acontecerão sem eles como atores principais, mexendo com maestria as peças do tabuleiro político e cada um querendo protagonizar, como é peculiar da natureza de quem quer liderar.
O vice-prefeito Rone Teodoro há pouco mais de quatro anos ensaiou uma candidatura a prefeito que não vingou, mas não esmoreceu nem arriou a cangalha no chão. Continuou marchando e chegou perto. Para quem o conhece sabe que ele é um sonhador visionário, tem nos últimos anos conquistado simpatia de políticos mais graduados que enxergam nele um político com luz própria e pronto para brilhar e a leitura mais simplista que se faz hoje é que seria o herdeiro natural do grupo político comandado pelo prefeito Antônio do Bar. Certeza ou não o jogo segue.
O odontólogo Guilherme Rezende foi o novato que brilhou na eleição passada neste cenário espinhento que é a política. No pós-eleição, com algumas ações deu o tom de que veio para ficar e ocupar espaços dos que não simpatizam politicamente com o grupo que está no poder no município e em seu entorno, ou seja, deverá trilhar um caminho de oposição moderada e nesse ponto deve-se levar em conta que ele detém um “patrimônio” de 1.746 votos ou 16,32% do eleitorado das últimas eleições em Augustinópolis. Nada desprezível para o início de uma jornada política que não se encerrou em 2024.
Neste mesmo lado do campo, porém não novo assim na política, temos o ex vice-prefeito Zé Mendonça; não novo porque já foi vereador e vice-prefeito por duas vezes. Nas últimas eleições municipais abocanhou 2.926 votos, 27,34% dos votos válidos. Mesmo derrotado terminou o pleito com alta cotação na bolsa de valores da política augustinopolina, certeza que não ficará de fora e não ficará nem de lado, nem esquecido nas próximas contendas eleitorais. E 2026 muitos virão beijar suas mão.
Quanto ao ex-prefeito e ex-deputado federal Júlio Oliveira com certeza irá se vestir para o jogo. Focando o olhar apenas na natureza humana, não há dúvidas que ele acalenta no peito o desejo adormecido de voltar para o gabinete de onde saiu há pouco mais de quatro anos, entretanto o jogo será outro e ele terá que ter muita habilidade para juntar os que já estiveram no seu entorno quando prefeito e também catar novos companheiros para uma eventual nova expedição rumo ao Palácio das Palmeiras. Como se trata de um político misteriosamente imperscrutável, no momento oportuno dirá se ficará no banco ou não.
Mas voltando para os novatos que ocupam a Câmara Municipal, temos este sexteto: Gaúcho, Saulo Carreiro, Rômullo Veterinário, Daniel Wallison, Kinha e os dois que eram detentores de mandato Luciano Cayres e Toinho da Prefeitura, que sabidamente querem protagonizar. Saber se darão conta de ascender politicamente e acender a tocha da liderança é outro ponto que veremos nos próximos anos com atuação política extra Câmara e parlamentar de cada um. Só o tempo dirá quem é quem e por onde e com quem andará no futuro.
Cabe aqui um parágrafo para dizer que não é só quem está no jogo irá jogar ou que ganhará a partida. Neste jogo político de quando em quando aparece um “estranho” que pode embaralhar tudo e tudo ser diferente do que se lê no momento ou foi um dia. Falo isso porque é sabido e já discutido em rodas de conversas e grupos de rede social o desejo do advogado André Luiz e do secretário de Administração Augustinópolis, Laércio Lima de entrarem em campo e além dos dois pode aparecer mais, não restam dúvidas. A Casa de Pedra que aguarde.
Finalizando este texto, lembrei de uma conversa de um antigo morador de Augustinópolis, Arley Barbosa, que não está mais entre nós e , é pai do dr. Guilherme Rezende. Ele disse: “Sem o Antonio do Bar na política todo mundo é japonês”. Ou seja, todo mundo é muito parecido no tabuleiro da política augustinopolina. Veremos isso em 2028.
*Paulo Palmares, 62, é membro da Alabip (Academia de Letras do Bico do Papagaio), empresário, bacharel em direito, editor responsável pelo portal Voz do Bico e observador da cena política de Augustinópolis, Bico do Papagaio e Tocantins.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Portal Voz do Bico. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected]